segunda-feira, maio 31, 2010

A hora mais solitária...

...é quando o teu perfume ainda se sente no ar depois de teres ido. A confusão do dia-a-dia ainda não começou mas tu já aqui não estás. É nesse momento que me sinto mais só, no curto silêncio do dia que ainda não começou.

Sinto-te em saudades, beijos, olhares e toques que passaram e que me vêm à mente enquanto o teu odor ainda paira no ar.

E percorre-me um medo frio de quando não estás, do dia em que deixares de estar. Apenas peço para já não estar quando esse dia chegar...

P.

terça-feira, maio 25, 2010

O mundo a seus pés...




Noutro blog e noutro tempo, fiz uma previsão da ida, em 2006, de José Mourinho para o Real Madrid:

José Mourinho em Madrid

Passaram 4 anos, Mourinho ainda ficou mais 2 épocas em Londres e esteve outras 2 nio Inter de Milão pelo que falhei no timming embora tenha chegado quase pelas razões que na altura apontei.

Deste "tuga" ou se admira ou não se gosta nada. Ou sim ou sopas! Quando começou a carreira, no meu Benfica, não me entusiasmou por aí além... Achava-o arrogante demais e mesmo com bons resultados, tinha sido escolhido por Vale e Azevedo, o que na altura o qualificava como "mais uma potencial fraude"...

Afinal deve ter sido das poucas coisas acertadas que aquele ex-presidente e ex-presidiário, agora em fuga, fez na altura. E ainda hoje Manuel Vilarinho se deve arrepender de o ter forçado a sair...

Veio o Leiria, a explosão no Porto, o Chelsea e o Inter. Agora Madrid, no Real. O Treinador vai tomar conta dos "Galácticos"...

Com o passar do tempo aprendi a gostar dele, do estilo que põe em tudo o que faz, da personalidade vincada que enfrenta tudo e todos para proteger os seus e na capacidade quase inesgotável que tem em perseguir os seus objectivos.

Dá-me particular gosto vê-lo nos seus "mind games" com os treinadores, jogadores e adeptos adversários, sempre com um objectivo em mente... E a sua relação com os Media e com a opinião pública em geral que sempre o olhou com despeito (o tradutor) para depois terem que engolir os resultados que atinge sempre por onde passa.

Agora Espanha, ou melhor, Madrid. Entra pela porta grande e chega ao maior clube do mundo. Vai ter sucesso? Não sei, espero que sim porque nos fazem falta, em Portugal, exemplos de sucesso que nos mostrem que quando queremos podemos ir longe...

Tivéssemos 10 Mourinhos em cargos de liderança a nível nacional e a crise seria uma memória distante... Cabe-nos a nós sermos Mourinhos no nosso dia-a-dia, nos nossos locais de trabalho e na nossa vida pessoal e social.

Sim, porque todos, sem excepção, temos um "Special One" dentro de nós! Muitos é que ainda não descobriram...

P.

domingo, maio 23, 2010

"There's some good things in this world, worth fighting for..."

Uma das minhas cenas favoritas de um dos meus filmes de sempre...

http://www.youtube.com/watch?v=NlyEwcplCD4&feature=related

Quando tudo à volta parece não ter sentido nenhum e a esperança de um futuro melhor parece mais ténue que a neblina de uma manhã de verão, lembremo-nos que há sempre coisas pelas quais vale a pena lutar... Há sempre quem esteja pior que nós e em tudo o que parece mau, há sempre uma lição a retirar. Como diz o povo, não há mal que sempre dure...

P.

quarta-feira, maio 19, 2010

The Pacific



"Never run when you can walk,
Never walk when you can stand,
Never stand when you can sit,
Never sit when you can lie down,
Never lie down when you can sleep
"

Captain A. A. Haldane - The Pacific










Acabei ontem de ver esta série que passou em Portugal quase ao mesmo tempo da estreia nos Estados Unidos. Tiro o chapéu ao Canal AXN pela antecipação nada normal da passagem da série (embora a tradução tenha sido fraquinha, a legendagem tenha desaparecido num episódio e o som do último episódio tenha estado horrível...).

Retirando a carga patriótica e patrioteira (roçando por vezes o rídiculo) que os americanos colocam neste tipode séries, pareceu-me ser uma das melhores que já vi dentro do género. Com a vantagem que não vai ter sequelas nem segunda série: começou e acabou nos 10 episódios.

Excelentes actores em personagens bem construídos, com alma e conteúdos, argumento muito bem escrito, banda sonora de antologia e uma realização acima da média. Uma palavra para a caracterização e reconstrução de cenários e das várias batalhas que me pareceu 5 estrelas. Para quem não viu, trata-se de uma série que acompanha várias estórias pessoais entrançadas na história da Segunda Guerra Mundial, em particular a caminhada dos "Marines" nas batalhas que ocorreram no teatro de operações do Pacífico.

Como simples rapazes de 17, 18, 19 anos abandonaram as suas vidas normais para se alistarem nos Fuzileiros, tendo passado pelos piores cenários e pelas batalhas mais sangrentas, ultrapassando muitas vezes os limites da sanidade mental e da capacidade humana. O slogan da série "Hell was an ocean apart..." cai que nem uma luva no que aqueles homens passaram em combate perante um inimigo que preferia morrer a baixar os braços! E no fim da guerra, com a vitória garantida, regressaram às suas vidas simples para fazer da América a potência que se tornou nos anos da Guerra Fria.

Fico com imensa curiosidade para ver a edição em DVD/Blueray com os sempre indispensáveis extras que nos mostram o que se passou por detrás da cortina...

P.

segunda-feira, maio 17, 2010

How fragile we are...

Uma formiga consegue carregar um peso dezenas de vezes maior que o seu... Uma pulga salta até 1000 vezes a sua altura... Praticamente todos os mamíferos nascem capazes de se locomoverem sózinhos e com a capacidade de comunicarem entre si sem limites...

As nossas crias demoram mais de um ano para andarem e mais tempo ainda para se exprimirem. E são incapazes de sobreviver por si até terem muitos anos de idade. Não somos o animal mais rápido, nem o que nada melhor. Não voamos e somos mais frágeis e delicados que muitas espécies vegetais!

No entanto dominamos. Chegámos tão longe desde que os nossos ancestrais Sapiens-Sapiens começaram a palmar as vastidões do planeta. Temos ao nosso dispor as tecnologias mais incríveis e o progresso nunca visto desde então. Estamos tão seguros da nossa superioridade que levámos o planeta ao seu limite. Deixámos de interiorizar que somos apenas mortais num mundo hostil, que o nosso tempo é curto, muito curto. E esquecemos-nos o quão frágeis somos... Basta um pequeno vírus, uma minúscula bactéria, um acidente de 1 segundo para nos fazer desaparecer, como individuos, desta vida ou, pelo menos, tornar a nossa existência bem mais limitada...

E que fazemos nós com esta fragilidade...?

sexta-feira, maio 14, 2010

O Homem Comum

Em situações normais o Homem Comum pode passar toda a sua vida sem abandonar o seu caminho "normal". Estuda, encontra um emprego, torna-se cidadão e vota, descobre uma pessoa com quem partilhar a sua vida, casa-se, tem filhos, muda de emprego algumas vezes, acompanha o crescimento das suas crianças, sobe na vida, paga os seus impostos, eventualmente divorcia-se (ou não) e assim vai passando ao sabor dos anos... Suporta praticamente tudo o que lhe colocam em cima!

Acorda de manhã, arranja-se, toma o pequeno almoço, apanha o seu automóvel para o emprego, stressa-se com o trânsito e por chegar atrasado, não suporta o chefe, os seus colegas, o trabalho em si... Regressa a casa cansado para ter que enfrentar ainda os filhos que pedem atenção, as queixas da mulher e o fim do dia no ambiente doméstico. E em situações normais vai aguentando o barco mais ou menos à tona, nem que seja à custa de antidepressivos e terapia no pior dos casos.

Mas há alturas em que o Homem Comum não aguenta mais. Se se sentir assim individualmente atinge o limite, entra em depressão ou apenas desiste. Mas se muitos se sentem, ao mesmo tempo, como ele, a tampa da panela de pressão salta e o caos instala-se para o "status quo".

Hoje, depois de anos a fio em crise, os impostos subiram hoje de forma generalizada para fazer face ao défice público excessivo. Estão os mesmos a pagar os excessos de alguns que continuam, lá em cima, a olhar-nos com o mesmo desprezo e com a mesma avidez. Com a corda na garganta do excesso de crédito, com os juros a apertar, com o desemprego a níveis nunca vistos e com a economia estagnada, o Homem Comum está enconstado à parede e com a faca na garganta. E não está só, todos à sua volta estão no mesmo ponto de ruptura. Quando isso acontecer...

segunda-feira, maio 10, 2010

Fechar o círculo

A vida é feita de círculos que se abrem e fecham em todos os momentos.

O círculo da nossa vida inicia-se quando nascemos e termina quando morremos. Será o Circulo Principal, a nossa caminhada neste mundo.

Depois temos jornadas mais pequenas que começam e acabam algures: a escola, a universidade, os namoros, as amizades, viagens, empregos, um campeonato ou um simples jogo de ténis etc... Uns marcam-nos como ferros em brasa para todo o sempre, outros nem por isso, tal e qual as emoções que sentimos: umas à flor da pele, outras bem dentro do nosso âmago.

Todos os dias começamos um circulo quando nos levantamos da cama e todos os dias o terminamos quando adormecemos. E cada uma destas partidas e chegadas faz de nós o que somos em cada momento. Olhamos para trás e vemos a corrente que é a nossa existência formada por todos estes elos encadeados em si...

Hoje fecho umm círculo de quase um ano em que não tive qualquer vontade de escrever aqui uma única linha. Por preguiça, falta de vontade ou simples recusa em mexer ou pensar nas minhas emoções e sentimentos, hoje decido voltar. Não sei se por muito tempo ou não, os círculos que for fechando o dirão...

Mas é muito bom regressar a casa!

P