terça-feira, julho 06, 2010

O medo...


Quem tem filhos sabe perfeitamente do que vou falar...

O medo, aquele sentimento que temos quando eles não estão connosco e que nos acompanha desde o primeiro momento. O receio de saber onde estão, com quem estão e como estão quando não podemos fazer nada por eles. Ou, mesmo não estando longe de nós, estão fora do nosso controlo.
Começa no dia em que o teste comprado, a medo, na farmácia dá positivo. Como se aqueles dois tracinhos rosa marcassem a fronteira entre o antes e o depois... Desde logo a preocupação com a mãe e com o desenvolvimento do feto. As perguntas, as dúvidas, o "serei capaz?" e tudo o que pensamos que pode correr mal ou menos bem. Depois a primeira ecografia e o contacto visual com aquele ser que, sendo nosso, é já muito mais do que isso. Estabelece-se o laço e o medo aperta na barriga porque agora já o vimos, já o visualizamos na nossa cabeça.

Passados os nove meses em que qualquer exame é um sobressalto, qualquer indisposição da mamã um "ai, ai, ai", vem o parto. E aqui o rol de emoções sentidas antes, durante e depois davam para um livro só por si. Mas o receio de que algo possa correr mal, com a mãe ou com o bebé, está sempre lá.

Quando a vida começa cá fora o medo desenvolve-se e assume, de forma silenciosa, outro patamar... Os primeiros dias, a primeira fralda,, o sono, das variações de peso, de todo e qualquer múrmurio do petiz. Se então for o prrimeiro filho, estes tempos são um perfeito filme de terror porque a tudo se junta a ainda curta "autoconfiança" dos pais.

Não me interpretem mal, este medo é a melhor ferramenta dos pais nos primeiros tempos porque nos mantém atentos e alerta para tudo.

O bebé cresce mas o medo está lá, alojado em nós como se de um órgão do nosso corpo se tratasse. Passa a ser algo nosso que nos acompanha sempre e a quem já tratamos por tu ao fim de uns tempos. Aprendemos a lidar com ele e, muito importante, a aproveitá-lo em nosso benefício! Uns chamam-lhe instinto, outros 6º sentido mas não deixa de ser o Medo que de inimigo passa a ser nosso aliado. Os melhores pais são aqueles que não se deixam dominar por este sentimento e, ao mesmo tempo, passam a respeitar o medo como algo que os pode ajudar. Aqueles que o deixam assumir um peso anormal, tornam-se superprotectores e fecham os filhos na rodoma.

Sei hoje que este meu "amigo" vai estar comigo para sempre porque é com ele que aprendo, todos os dias, o quanto os meus filhos são importantes e o quanto os sinto como meus e como a minha continuação. Preocupo-me por isso embora saiba que vão cair muitas vezes, vão bater com a cabeça na parede, chorar e sentir dor. Não o posso evitar mas vou estar lá sempre para lhes explicar que pior do que isso é não nos levantarmos quando caímos, é não conseguirmos erguer-nos quando tudo nos puxa para baixo...

Dói mas ao fim de um tempo habituamo-nos...sem medo!

P.

Sem comentários: