sexta-feira, maio 14, 2010

O Homem Comum

Em situações normais o Homem Comum pode passar toda a sua vida sem abandonar o seu caminho "normal". Estuda, encontra um emprego, torna-se cidadão e vota, descobre uma pessoa com quem partilhar a sua vida, casa-se, tem filhos, muda de emprego algumas vezes, acompanha o crescimento das suas crianças, sobe na vida, paga os seus impostos, eventualmente divorcia-se (ou não) e assim vai passando ao sabor dos anos... Suporta praticamente tudo o que lhe colocam em cima!

Acorda de manhã, arranja-se, toma o pequeno almoço, apanha o seu automóvel para o emprego, stressa-se com o trânsito e por chegar atrasado, não suporta o chefe, os seus colegas, o trabalho em si... Regressa a casa cansado para ter que enfrentar ainda os filhos que pedem atenção, as queixas da mulher e o fim do dia no ambiente doméstico. E em situações normais vai aguentando o barco mais ou menos à tona, nem que seja à custa de antidepressivos e terapia no pior dos casos.

Mas há alturas em que o Homem Comum não aguenta mais. Se se sentir assim individualmente atinge o limite, entra em depressão ou apenas desiste. Mas se muitos se sentem, ao mesmo tempo, como ele, a tampa da panela de pressão salta e o caos instala-se para o "status quo".

Hoje, depois de anos a fio em crise, os impostos subiram hoje de forma generalizada para fazer face ao défice público excessivo. Estão os mesmos a pagar os excessos de alguns que continuam, lá em cima, a olhar-nos com o mesmo desprezo e com a mesma avidez. Com a corda na garganta do excesso de crédito, com os juros a apertar, com o desemprego a níveis nunca vistos e com a economia estagnada, o Homem Comum está enconstado à parede e com a faca na garganta. E não está só, todos à sua volta estão no mesmo ponto de ruptura. Quando isso acontecer...

2 comentários:

Anónimo disse...

e não é por a vida ser em círculo que tudo isto acontece? POrque havemos nós de seguir um caminho pré definido? "porque é o que se impõe?"....? "porque parece bem?" ....
Porque é que qualquer coisa que saia desse cíclo é olhado com desdém e mesquinhez?....e nunca como uma outra maneira de ver a vida....? Gosto da ideia do blog. Vou acompanhar.

Anónimo disse...

Há que fazer apelo a nós e aos que estão próximos para criarmos novos círculos, que não apenas os das rotinas. Círculos em que possamos ser nós-pessoas e não apenas nós-empregados ou nós-contribuintes.