segunda-feira, junho 07, 2010

Oświęcim - Auchwitz


Oświęcim não é um nome comum.

É um nome de uma localidade no Sul da Polónia, desconhecida, mas quase toda a gente sabe o nome dado pelos alemães quando conquistaram a Polónia em 1939, depois do início da 2ª Guerra Mundial - Auchwitz.

Neste complexo de campos de extermínio construído pelos nazis em 1940 em torno de um antigo quartel do exército polaco, foram assassinados mais de 6 milhões de pessoas em apenas 5 anos! Imaginem mais de 60% de todos os portugueses eliminados para sempre... A grande maioria eram judeus (mas também ciganos,  homossexuais, entre muitos outros) considerados pelos nazis uma raça inferior e a raiz de todos os males que aconteceram à Alemanha após a Primeira Guerra Mundial.

Com uma perícia exímia e uma sistematização tremenda, neste complexo de campos os alemães levaram a cabo a eliminação desses milhões apenas porque os consideravam inferiores. Não eram pessoas que tivessem conspirado contra o Reich alemão, não eram opositores políticos, não eram sequer um perigo para o presente ou o futuro da Alemanha nazi. Professavam apenas uma religião diferente ou pertenciam a etnias, raças ou tinham escolhas de vida diferentes. Pessoas perfeitamente normais como eu ou cada um de nós, com filhos, pais, irmãos, tios, amigos, uma profissão, uma casa e um percurso, violentamente atiradas para um gueto e depois eliminadas quase sem rastro.

Com alguma frequência Oświęcim regressa-me ao pensamento como um toque de sino. Como que para me lembrar quão frágil é a nossa existência e que a humanidade de cada um de nós tem sempre um limite que vai para além do que podemos imaginar.

Hoje dia 7 de Junho não se comemora nenhuma efeméride relativa a Aushwitz. Apenas sei que a 7 de Junho de um qualquer ano entre 1940 e 1944, neste local e apenas porque sim, alguém foi brutalmente assassinado em nome de uma ideologia. Alguém foi explorado e tratado de maneira desumana para alimentar a máquina de guerra da tirania alemã. A alguém foi retirada a humanidade e o direito à existência minimamente decente por ser considerado menos digno disso que um mero animal.

...para que ninguém ouse esquecer que isto realmente aconteceu...
...e aconteceu porque alguns homens quiseram que acontecesse...
...e nenhum homem pode garantir que estamos livres de que volte um dia a acontecer...
...lembremo-nos todos os dias de Oświęcim...

P.

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